sábado, 3 de dezembro de 2011

G.R.E.S. ACADÊMICOS DO SALGUEIRO


G.R.E.S. ACADÊMICOS DO SALGUEIRO
Histórico





Não obstante a pertinácia dos seus dirigentes e os múltiplos talentos que se encontravam na Azul e Branco, na Unidos do Salgueiro e na Depois Eu Digo, a realidade é que nenhuma das três escolas do Morro do Salgueiro conseguia ameaçar a Mangueira, a Portela, o Império Serrano, enfim, nenhuma das chamadas grandes escolas. E isso frustrava muito a população salgueirense. Os sambistas de outros morros e agremiações respeitavam muito o Salgueiro. Os seus batuqueiros, compositores, passistas, eram citados com admiração, mas nos desfiles da Praça Onze não acontecia nada. Os primeiros lugares eram sempre das outras.
O compositor Geraldo Babão, que, como tantos outros, não compreendia o motivo da desunião das escolas do Morro do Salgueiro, daquela divisão de forças, desceu o morro cantando um samba que ele mesmo havia feito um ano antes; após a vergonhosa apresentação das escolas Azul e Branco, Depois Eu Digo e Unidos do Salgueiro no carnaval de 1953. Nesta composição, premonitoriamente já estava até insinuado o nome que deveria ter a escola da união. As baterias das três escolas se juntaram e foram arrastando o povo para a Praça Saens Peña, somando todas as cores e bandeiras. Era o estopim para a fusão. Um belíssimo e inesquecível espetáculo.

As cores vermelho e branco, sugeridas por Francisco Assis Coelho (Gaúcho), foram escolhidas porque não havia nenhuma escola igual. Quanto ao título, consta que Mário José da Silva (Totico) sugeriu “Academia do Salgueiro” e alguém não identificado propôs “Catedráticos do Salgueiro”; aí, o grande compositor Noel Rosa de Oliveira interveio e, argumentando que esse nome iria destroncar a língua do pessoal do morro, arrematou, propondo “Acadêmicos do Salgueiro”.

Para glorificar então ainda mais o samba carioca, nascia, finalmente, em 3 de abril de 1953, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro. Entre os seus fundadores estão Paulino de Oliveira, Djalma Sabiá, Noel Rosa de Oliveira, Geraldo Babão, Casemiro Calça Larga, Neca da Baiana e Pedro Ceciliano.

A partir de 1958, com a entrada de Nélson de Andrade para a presidência da escola, o Salgueiro desencadeou uma série de transformações no carnaval do Rio de Janeiro. A agremiação adotou o lema “nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente”, revolucionando a concepção e a organização dos desfiles de escola de samba realizados até então. A equipe de Fernando Pamplona deu início à transformação estética que culminaria anos mais tarde no grande visual dos carnavais modernos. A escola ainda contrapôs aos temas ufanistas e às referências à corte imperial temas voltados para a cultura negra, além de retratar personagens marginais escondidos nas entrelinhas da história do Brasil.

Fazem parte dos inesquecíveis carnavais do Salgueiro, entre muitos outros, os de 1960 (Quilombo dos Palmares), 1963 (Xica da Silva), 1965 (História do Carnaval Carioca - Campeã do IV Centenário do Rio de Janeiro), 1969 (Bahia de Todos os Deuses), 1971 (Festa para um rei negro), 1974 (O Rei da França na Ilha da Assombração), 1989 (Templo Negro em Tempo de Consciência Negra), e o explosivo desfile de 1993 (Peguei um Ita no Norte).


Fundação: 05/03/1953
Cores: Vermelho e Branco
Presidente: Regina Duran
Quadra: Rua Silva Teles, 104 - Andaraí - Rio de Janeiro - RJ
CEP: 20541-110
Tel: (0xx 21) 2238-9226 / 2238-0389
Fax: (0xx 21) 2570-5232
Barracão: Cidade do Samba (Barracão nº 08)
Rua Rivadávia Correa, 60 - Gamboa - Centro - Rio de Janeiro - RJ
CEP: 20220-290
R.E.S. ACADÊMICOS DO SALGUEIRO
Enredos e Classificações





ANO ENREDO CARNAVALESCO CLASS. GRUPO
1954 Uma romaria à Bahia Hildebrando Moura 3º 1
1955 Epopéia do samba Hildebrando Moura 4º 1
1956 Brasil, fontes das artes Hildebrando Moura 4º 1
1957 Navio negreiro Hildebrando Moura 4º 1
1958 Um século e meio de progresso a serviço do Brasil - Homenagem ao corpo de Fuzileiros Navais Hildebrando Moura 4º 1
1959 Viagem pitoresca através do Brasil - Debret Marie Louise e Dirceu Néri 2º 1
1960 Quilombo dos Palmeres Fernando Pamplona 1º 1
1961 Vida e obra do Aleijadinho Fernando Pamplona 2º 1
1962 Descobrimento do Brasil Arlindo Rodrigues 3º 1
1963 Chica da Silva Fernando Pamplona 1º 1
1964 Chico-Rei Fernando Pamplona 2º 1
1965 História do carnaval carioca - Eneida Fernando Pamplona
e Arlindo Rodrigues 1º 1
1966 Os amores célebres do Brasil Clóvis Bornay 5º 1
1967 História da liberdade no Brasil Fernando Pamplona 3º 1
1968 Dona Beja, a feiticeira de Araxá Fernando Pamplona 3º 1
1969 Bahia de todos os deuses Fernando Pamplona 1º 1
1970 Praça XI carioca da gema Fernando Pamplona 2º 1
1971 Festa para um rei negro Fernando Pamplona 1º 1
1972 Nossa madrinha, Mangueira querida - Tengo, tengo Fernando Pamplona 5º 1
1973 Eneida, amor e fantasia Joãosinho Trinta e
Maria Augusta 3º 1
1974 Rei da França na ilha da assombração Joãosinho Trinta 1º 1
1975 O segredo das minas do Rei Salomão Joãosinho Trinta 1º 1
1976 Valongo Edmundo Braga 5º 1
1977 Do Cauim ao Efó, moça branca, branquinha Fernando Pamplona 4º 1
1978 Do Yorubá à luz, a aurora dos deuses Fernando Pamplona 6º 1
1979 O Reino encantado da mãe natureza contra o rei do mal Ivan Jorge 6º 1-A
1980 O bailar dos ventos, relampejou, mas não choveu Ney Ayan e Jorge Nascimento 3º 1-A
1981 Rio de Janeiro Geraldo Sobreira 5º 1-A
1982 No reino do faz de conta José Félix 8º 1-A
1983 Traços e troças Augusto César Vannucci e Lan 8º 1-A
1984 Skindô, Skindô Arlindo Rodrigues 4º 1-A
1985 Anos Trinta, vento sul - Vargas Edmundo Braga e Paulino Espírito
Santo 6º 1-A
1986 Tem que se tirar da cabeça aquilo que não se tem no bolso - Tributo a Fernando Pamplona Ney Ayan 6º 1-A
1987 E por que não? Renato Lage e Lílian Rabello 5º 1
1988 Em busca do ouro Mario Monteiro e Chico Spinoza 4º 1
1989 Templo Negro, em tempo de consciência negra Luiz Fernando Reis 5º 1
1990 Sou amigo do rei Rosa Magalhães 3º Especial
1991 Me Masso se não passo pela Rua do Ouvidor Rosa Magalhães 2º Especial
1992 O negro que virou ouro nas terras do Salgueiro Flávio Tavares (Mário Borriello) 4º Especial
1993 Peguei um Ita no Norte Mário Borriello 1º Especial
1994 Rio de lá pra cá Roberto Szaniecki 2º Especial
1995 O caso do por acaso Roberto Szaniecki 5º Especial
1996 Anarquistas sim, mas nem todos Fábio Borges 5º Especial
1997 De poeta, carnavalesco e louco... todo mundo tem um pouco Mário Borriello 7º Especial
1998 Parintins, a festa do Boi Bumbá - Garantido e Caprichoso Mário Borriello 7º Especial
1999 Salgueiro é sol e sal nos 400 anos de Natal Mauro Quintaes 5º Especial
2000 Sou Rei, sou Salgueiro, meu Reinado é brasileiro Mauro Quintaes 6º Especial
2001 Salgueiro no Mar de Xarayés, é Pantanal, é Carnaval Mauro Quintaes 4º Especial
2002 Asas de um sonho, viajando com o Salgueiro, o orgulho de ser brasileiro Mauro Quintaes 6º Especial
2003 Salgueiro, Minha Paixão, Minha Raiz - 50 Anos de Glória Renato Lage e Márcia Lávia 7º Especial
2004 A Cana Que Aqui Se Planta, Tudo Dá, Até Energia... Álcool, o Combustível do Futuro Renato Lage e Márcia Lávia 6º Especial
2005 Do Fogo Que Ilumina a Vida, Salgueiro é Chama Que Não se Apaga Renato Lage e Márcia Lávia 5º Especial
2006 Microcosmos: O Que os Olhos Não Vêem, o Coração Sente
Renato Lage e Márcia Lávia 11° Especial
2007 Candaces Renato Lage e Márcia Lávia 7º Especial
2008 O Rio de Janeiro Continua Sendo... Renato Lage e Márcia Lávia 2º Especial
2009 Tambor Renato Lage 1º Especial
2010 Histórias Sem Fim Renato Lage 5º Especial
2011 Salgueiro Apresenta: o Rio no Cinema Renato Lage e Márcia Lage 5º Especial

Nenhum comentário:

Postar um comentário