Elói Antero Dias (Resende, RJ, 2 de maio de 1899) mais popularmente conhecido como Mano Elói foi um sambista brasileiro.
Nascido no distrito de Engenheiro Passos, Mano Elói foi viver na antiga capital da República com quinze anos, indo trabalhar como vendedor de balas no Campo de Santana. Passou a juventude percorrendo os principais redutos de samba da cidade, na época em que sambistas eram confundidos com marginais. Muitas vezes teve que escapar da perseguição policial na Pedra Lisa, no Buraco Quente da Mangueira, no Morro da Favela ou no de Santo Antônio.
Trabalhou na Resistência do Cais do Porto, onde chegou a ser líder sindical, pertencente à Companhia dos Homens Pretos. Junto com Sebastião Molequinho Oliveira, Mano Elói ajudou a levar adiante a tradição de resistência e luta dos negros portuários.
Era sambista partideiro, incentivador de gafieiras e batucadas. Bamba nas "rodas de pernada", era capaz de derrubar com facilidade o opositor dando uma "banda" ou "rabo-de-arraia". Foi um dos maiores agitadores do meio cultural de negros e mestiços no Rio de Janeiro.
Era líder da Escola de Samba Deixa-Malhar, da Tijuca, e ajudou a fundar a pioneira Estácio de Sá. Mano Elói também incentivou a família Oliveira a fundar a Império Serrano, escola de samba que geralmente tem o protesto social como tema de seus enredos [carece de fontes?], doando os instrumentos da primeira bateria e emprestando seu nome para a quadra de ensaios da escola.
Em 1937, foi eleito para ser o quinto presidente da história da União Geral das Escolas de Samba do Brasil. Em 1937, foi eleito para ser o vice-presidente da entidade, tendo Antenor dos Santos com presidente
Carlos Cachaça, fundador da Estação Primeira de Mangueira, contava que a primeira pessoa que ele vira cantar um samba na vida fora Mano Elói, chegando no Buraco Quente da Mangueira junto com dois amigos vindos de Madureira. De acordo com Carlos Cachaça foi Mano Elói que levou o samba para a Mangueira [carece de fontes?].
Além das ligações com os primeiros tempos do mundo do samba, desde a juventude Mano Elói ficou conhecido como respeitado ogã, dono e freqüentador de terreiros de macumba. Era também um "jongueiro considerado". Participava de rodas de jongo da Serrinha e de outras localidades.
Importantes documentos deixados por Mano Elói foram os dois discos que gravou para a Odeon em 1930, registrando pela primeira vez no Brasil pontos de umbanda e de jongo. No primeiro disco pode-se ouvir, no lado A, o "Ponto de Iansã" e, no lado B, o "Ponto de Ogun". No segundo, dois pontos de jongo: "Galo Macuco" e "Liberdade dos escravos".
Nenhum comentário:
Postar um comentário