sábado, 12 de novembro de 2011

José Gomes da Costa também chamado Zé Spinelli e Zé Espinguela, foi um jornalista, escritor, pai-de-santo e sambista carioca, integrante do Bloco dos

José Gomes da Costa também chamado Zé Spinelli e Zé Espinguela, foi um jornalista, escritor, pai-de-santo e sambista carioca, integrante do Bloco dos Arengueiros, fundador da Estação Primeira de Mangueira e organizador de um concurso entre sambistas em 20 de janeiro de 1929, que fixaria as bases das disputas entre escolas de samba. O concurso aconteceu em sua casa, na Rua Adolpho Bergamini, a mesma onde hoje fica a escola Arranco , no Engenho de Dentro.

Apesar de ser mangueirense, Zé Espinguela atuou de forma imparcial como juiz do concurso, premiando o Conjunto Oswaldo Cruz, atual Portela. Por ironia, o grupo que é considerado a primeira escola de samba, o Deixa Falar, acabou eliminado por Espinguela, por apresentar instrumentos de sopro, proibidos por serem considerados avessos ao samba moderno, que eles próprios estavam promovendo.

Amigo de Villa-Lobos, Zé Espinguela foi uma figura de suma importância para o samba.

Nos anos finais da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Zé Espinguela, que devia estar se aproximando dos sessenta anos, sentiu aproximar-se o fim da existência. Segundo Arthur de Oliveira, ele "reuniu os adeptos do centro religioso e dirigiu-se ao morro da Mangueira para despedir-se do seu reduto preferido. Lá chegaram no princípio da noite. A favela, de luzes apagadas, descansava da trabalheira do dia. Eis que surge o grupo, em cortejo pelos becos e ruelas, cantando um samba* que Espinguela compôs especialmente para o momento. Era como um samba-enredo. Desfilavam, dançavam e cantavam, com o ritmo alegre, a melodia triste, e as vozes alvissareiras das pastoras. Os barracos aos poucos se acenderam. Os negros foram abrindo as janelas e o morro transformou-se num céu no chão, iluminado, silencioso e reverente. A voz de Espinguela dominava o coro: a favela compartilhava da cerimônia do passamento do seu sambista com aquela vivência afro-brasileira da morte, presente nos gurufins e tão diversa do sentimento judaico-cristão das classes dominantes".




* Adeus, Mangueira


Bem que eu quero expirar

Mas existe um porém

Sinto a minha memória cansada.

Essa simples melodia

Serve de um último adeus

Adeus, escola de samba

Adeus, Mangueira, adeus!




Adeus, escola de samba adeus!

Eu vou partir chorando

Relembrando os versos meus

Que mais cedo ou mais tarde

É triste, é doloroso recordar

A orgia vai se acabar.

Adeus, Mangueira...

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