sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Luiz Carlos Baptista, conhecido como Luiz Carlos da Vila
Luiz Carlos Baptista, conhecido como Luiz Carlos da Vila (21 de julho de 1949 - 20 de outubro de 2008), foi um compositor brasileiro.
Nasceu no bairro carioca de Ramos. O nome artístico "da Vila" foi incorporado em 1977, após sua entrada na ala de compositores da escola de samba Vila Isabel. Segundo outras informações, o nome também era creditado a ele por ser morador do bairro Vila da Penha, mais específicamente da Travessa da Amizade. Seu primeiro instrumento foi o acordeão, seguido de um violão que ganhou ainda na adolescência. Com o desemprego de seu pai, foi obrigado a interromper as aulas. Frequentou o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos no final da década de 1970, sendo considerado um dos formatadores do samba carioca contemporâneo, de uma geração de compositores integrada também por Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sereno do Cacique, Sombrinha, Sombra, Cláudio Camunguelo, entre outros. Faleceu vitimado por um câncer. O corpo foi velado na quadra da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel e sepultado no dia seguinte no Cemitério de Inhaúma. Durante todo o mês de outubro o compositor recebeu diversas homenagens em vários programas de rádio, TV e rodas de samba por todo o país, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Uma das primeiras homenagens oficiais aconteceu, no domingo posterior ao seu falecimento, na roda de samba "Samba Novo", de Cláudio Jorge e Hugo Suckamn no Renasacença Clube, no bairro do Andaraí. Segundo o poeta Sergio Natureza: "O Luiz Carlos foi quem inaugurou a roda de samba, que ainda contou neste mesmo dia com a presença do poeta Mário Lago Filho declamando letras do pai". No domingo, dia 26, o Samba Novo contou com a presença de boa parte da família do compositor, inclusive de sua mãe, para a homenagem através de seus participantes, entre os quais os convidados especiais do dia: Rildo Hora, Arlindo Cruz, Moyses Marques e Euclides Amaral, além do anfitrião Cláudio Jorge que executou várias parcerias, gravadas e inéditas, com Luiz Carlos da Vila. Na ocasião, outros sambistas como a cantora Dorina e o compositor Efson, também lhe prestaram homenagem cantando sambas de autoria do compositor. As homenagens se multiplicaram em rádio (Rádio MEC e Rádio Nacional AM - no Programa Ponto do Samba, de Dorina e Rubem Confete e ainda na Rádio MPB FM, com programa inteiro dedicado ao compositor). Na TV e emissora púbica Rede Brasil foram exibidos vários trechos com imagens do compositor. Em todos os jornais das grandes capitais foram publicadas matérias sobre o compositor. Dentre todas as matérias publicadas destacamos um trecho da crônica do crítico musical e jornalista Ricardo Cravo Albin publicada no Jornal O Dia: "Luiz Carlos da Vila e Artur Sendas, meus queridos amigos e que morreram na mesma hora e no mesmo dia, tinham a fidalguia natural dos nobres de espírito. Ambos ostentavam a doçura do coração, a bondade estrutural, a bem-aventurança da fé. Sim, porque os dois pautaram vidas que foram além da dignidade comum: eles detinham a superioridade do crer no ser humano, do buscar a felicidade dos seus semelhantes, do compartilhar".
Dados Artísticos Sua primeira música gravada foi "Graças ao mundo", interpretada pelo Conjunto Nosso Samba na década de 1970. Em 1979 compôs em parceria com Rodolpho de Souza, Tião Grande e Jonas Rodrigues, o samba-enredo "Os dourados anos de Carlos Machado", com o qual a Unidos de Vila Isabel ganhou o primeiro lugar do Grupo 1B no desfile daquele ano. No ano seguinte, Beth Carvalho interpretou duas composições de sua autoria: "Herança" (c/ Adilson Victor e Jorge Aragão) e "O sonho não acabou". Em 1983, produzido por Martinho da Vila, lançou o primeiro disco pela gravadora RCA. Neste mesmo ano, no LP "Suor no rosto", Beth Carvalho interpretou, de sua autoria, "Doce refúgio", samba composto para o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. No ano seguinte, ao lado de Nei Lopes, Dauro do Salgueiro, Wilson Moreira e Adauto Magalha, entre outros, participou do disco "Pagode de natal - a noite feliz dos bambas", no qual interpretou "Quando o natal caiu numa sexta". Ainda em 1984, Alcione gravou de sua autoria com Candeia, "A luz do vencedor". Nesse mesmo ano, compôs, em parceria com Paulinho Tapajós, Iba Nunes e Edmundo Souto, "Beth Carvalho, a enamorada do samba", samba-enredo campeão da Escola de Samba Unidos de Cabuçu. O samba foi interpretado por J. Leão e Celsinho e gravado pela Top Tape. No ano seguinte, em 1985, lançou seu segundo LP pela Gravadora Arca, disco no mqual interpretou composições de sua autoria e ainda de Martinho da Vila, Manacéa e Zé Catimba. Beth Carvalho, em 1986, interpretou "Nas veias do Brasil", de sua autoria, regravando a música em 1987, no disco ao vivo que a cantora lançou naquele ano. No ano seguinte, no LP "Ouro e cobre", Alcione interpretou "Vizinha faladeira" (c/ Acyr Marques e Arlindo Cruz). Nesse mesmo ano de 1988, sua música "Além da razão" (c/ Sombra e Sombrinha) interpretada por Beth Carvalho, ganhou o Prêmio Sharp de "Melhor samba". Ainda em 1988, compôs "Kizomba, festa de uma raça" (c/ Rodolpho de Souza e Jonas Rodrigues) e com o qual a Vila Isabel foi campeã naquele ano. Em 1990, Mauro Diniz gravou "Nova mobília, velho fogão" (c/ Acyr Marques) no disco "Simplesmente Mauro Diniz". Neste mesmo ano, apresentou-se ao lado de Noca da Portela no ciclo de shows "Retratos de Bambas", escrito e dirigido por Ricardo Cravo Albin, na Sala Funarte Sidney Miller, o último antes de o Governo Collor extinguir a instituição. Em 1994, sua música "Carvão e giz", em parceria com o poeta Paulo César Feital, foi vencedora do "Festival de Avaré". Um ano depois, gravou o CD "Raça Brasil", pela gravadora Velas, produzido por Milton Manhães. No disco interpretou "Carvão e giz" (c/ Paulo César Feital), "Sem endereço" (c/ Arlindo Cruz) e "Samba que nem Rita adora", em parceria com Jane, sua mulher. Também pela Velas, em 1997, lançou o CD "Uma festa no samba", figurando nesse trabalho mais como intérprete do que como compositor e no qual interpretou composições de Cláudio Jorge, Nei Lopes, Noca da Portela, Wilson Moreira e Zé Luiz do Império. No ano de 1999, a gravadora Velas lançou o disco "Natal de samba", reunindo Zeca Pagodinho, Dunga, Toque de Prima, Almir Guineto, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz & Sombrinha, João Nogueira, Dona Ivone Lara & Délcio Carvalho, Luizinho SP, Nei Lopes, Mauro Diniz, Luiz Grande e Emílio Santiago. No CD interpretou de sua autoria, "Quando o natal caiu numa sexta". Neste mesmo ano participou de um disco-tributo a Candeia "A luz do vencedor", uma homenagem a seu parceiro Candeia, cantando na faixa que dá nome ao disco em uma parceria póstuma com Candeia. Nesse mesmo ano, Luizinho SP, no CD "Departamento do pagode", lançado pela gravadora Velas, incluiu, de sua autoria, "Partido da dispensa", em parceria com Maurição. No ano 2000, Martinho da Vila incluiu uma composição de sua autoria, "Kizomba, festa da raça", em seu "Concerto negro - celebração da cidadania", apresentado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com direção de Antonio Pitanga e Ricardo Cravo Albin. Também em 2000, participou do CD "Pirajá esquina carioca - uma noite com a raiz do samba", ao lado de Beth Carvalho, Walter Alfaiate, João Nogueira, Dona Ivone Lara e Moacyr Luz. No ano de 2001, participou do CD "Coisa de chefe", de Cláudio Jorge, no qual interpretou em dueto com o cantor, "Princípio do infinito", parceria de ambos. Em maio de 2002, ao lado de Agrião, Mart'nália e Cláudio Jorge, apresentou-se no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. No ano de 2003, com Noca da Portela, apresentou-se no Espaço Cultural Sérgio Porto. Participou do projeto "Brincando de Roda", organizado por Sérgio Fonseca na Quadra da Escola Brito Elias, em Mesquita, no Rio de Janeiro. Em 2004 participou do CD "Samba, saúde & simpatia" de Noca da Portela e Roberto Medronho, disco no qual interpretou a faixa "O samba está sorrindo", de Noca da Portela, Roberto Medronho, Janjão, Carlinhos Doutor e Roberto Serrão. Neste mesmo ano lançou, pelo Selo Carioca Discos, o CD "Benza, Deus". No disco interpretou "Benza, Deus" (c/ Moacyr Luz), "Solano, poeta negro" (c/ Zé Luiz e Nei Lopes), "Chorando de saudade" (c/ Mauro Diniz), "Rara" (c/ Nelson Sargento), "Ao nosso amor maior" (c/ Wilson das Neves), "Universo" (c/ Riko Doriléo), "Em nome do amor" (c/ Cláudio Jorge), "Pra conquistar seu coração" (c/ Wanderley Monteiro), "Agulha e dedal" (c/ Magno e Maurílio), "Vem pra roda sambar" (Bira da Vila) e "A luz do axé", em parceria com Gilmar Simpatia. Apresentou-se no Bar, Restaurante e Casa de Shows Feitiço Mineiro, no projeto "Gente do Samba", acompanhado do grupo Samba Choro integrado por Evandro Barcellos (violão de sete cordas), Valerinho (cavaquinho), Chico Lopes (sax e flauta), Kunka (surdo) e Makley (pandeiro e vocais). Neste mesmo ano participou do DVD "Beth Carvalho - a madrinha do samba", no qual interpretou em dueto com a anfitriã "Doce refúgio" e "Pra conquistar seu coração", em parceria com Wanderley Monteiro. Ainda em 2004, no disco "Daqui, dali e de lá", o grupo Toque de prima gravou de sua autoria "Cabô meu pai" (c/ Moacyr Luz e Aldir Blanc). Em 2005, ao lado de de outros convidados como Walter Alfaiate, Noca da Portela, Toninho Gerais, Rico Doriléu, Darcy da Mangueira e Roberto Serrão, foi um dos convidados de Chico Salles no "Projeto sambando no forró", apresentado no Espaço Armazém Enseada, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, com Tantinho da Mangueira e Nélson Sargento, foi um dos convidados do Pagode da Tia Doca, apresentando-se no projeto "No Tom do Samba", no Bar do Tom, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, Zeca Pagodinho interpretou de sua autoria "Dizer não pro adeus" (c/ Dona Ivone Lara e Bruno Castro) no CD "À vera". No ano de 2006, com Cláudio Jorge, lançou pelo Selo Rádio MEC o CD "Matrizes", disco no qual interpretaram composições próprias e de outros autores e ainda contaram com arranjos de Rildo Hora, Mauro Diniz, Bororó, Zé Américo e Luiz Brasil, além das participações especiais de Martinho da Vila, Agrião, Rio Maracatu e Wilson das Neves. Entre as faixas gravadas destacam-se "O daqui o dali e o de lá' (Serginho Meriti e Bira da Vila), "Congada de são Benedito" (Cláudio Jorge e Nei Lopes), "Pau de arara" (Luiz Gonzaga e Guio de Moraes), "Camisa molhada" (Riachão), "Camafeu" (Martinho da Vila), "Coco do norte" (Rosil Cavalcanti), "Das origens" (Luiz Carlos da Vila), "Moça bonita" (Geraldinho Azevedo e Capinan), "Canto da ema" (João do Vale), "Jongo da serra" (Cláudio Jorge e Nei Lopes), "De onde vem esse samba" (Pádua), "Negrume da noite" (Paulinho do Reco e Caiuba) e "Singrando em mares bravios" (Agrião, Cláudio Jorge, Jonas e Luiz Carlos da Vila). Ainda em 2006 lançou o CD "Um cantar à vontade", disco gravado ao vivo no Teatro Rival BR, no Rio de Janeiro. Disco no qual cantou alguns de seus sucessos. Em 2010 o compositor foi homenageado no "2º Concurso Samba de Quadra - Troféu Jamelão". Com direção artística de Haroldo Costa, direção musical de Ruy Quaresma e direção geral e produção executiva de Paulo Roberto Direito a finalissíma aconteceu em show no Circo Voador, no Rio de Janeiro, contando com shows de Jorge Aragão, Banda de Ipanema, Ivo Meirelles e Niltinho Tristeza. O samba vencedor foi "Luiz, Luz da Vila", dos compositores Espanhol e Sylvio Paulo. O júri, presidido por Ricardo Cravo Albin, ainda premiou em segundo lugar o samba "Capital do amor" (Noca da Portela e Riko Dorilêo) e ainda em terceiro lugar "Esqueça de mim" (Monarco, Mauro Diniz e Marquinho Diniz). Entre seus parceiros estão Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc, Moacyr Luz, Gilmar Simpatia, Cláudio Jorge, Martinho da Vila e Wilson das Neves. Suas composições foram gravadas por vários intérpretes, como Jair Rodrigues, Simone, grupo Fundo de Quintal, Nara Leão, Jorge Aragão e Beth Carvalho que gravou 13 de suas composições. O Brasil inteiro cantou sua música "Um dia de graça" na campanha das Diretas Já. Entre suas composições mais conhecidas destacam-se "Kizomba, a festa da raça", "Além da razão", "Por um dia de graça", "O sonho não acabou", "Doce refúgio", "Chorando de saudade" e "A luz do vencedor
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