sexta-feira, 11 de novembro de 2011

José Luiz de Morais


José Luiz de Morais mais popularmente conhecido como Caninha (6 de julho de 1883 - 16 de Junho de 1961), foi um compositor brasileiro.

Nasceu no bairro de Jacarepaguá, mas, em seguida, mudou-se para a Cidade Nova. Perdendo seus pais muito cedo, conseguiu emprego como vendedor de roletes de cana, e, a partir daí, passou a ser chamado de Caninha.


Sendo o mais antigo compositor de samba da primeira leva , Caninha foi amigo de Donga, Pixinguinha, João da Baiana e Heitor dos Prazeres, entre outros. Por volta de 1900, começou a frequentar a casa de Tia Ciata, nesta época também estudou cavaquinho com o músico Adolfo Freire. Seu primeiro sucesso foi o maxixe Gripe Espanhola, num momento em que que a famosa gripe tornava-se uma epidemia, obrigando as repartições públicas a fecharem suas portas para evitar contágio. Outros sucessos vieram aumentando em muito seu prestígio: Ninguém Escapa do Feitiço, Até Parece Coisa Feita, Quem Vem Atrás Feche a Porta, Que Vizinha Danada, Essa Nega Que Me Dá, etc.

Nos anos 20, foi acirrada a disputa entre Sinhô e Caninha pela majestade do samba. Sinhô recebeu as honras de Rei, e Caninha foi aclamado Imperador do Samba. Conquanto Sinhô tenha sido o autor de maior sucesso do período, Caninha foi o único que conseguiu ameaçar o seu reinado de popularidade, inclusive tendo derrotado o Rei do Samba, em 1922, no concurso da festa da Penha, com a marcha-rag-time Me Sinto Mal. A partir daí, tudo que compusesse seria sucesso. Vários foram os seus intérpretes, entre os principais, o Rei da Voz Francisco Alves e os cantores Baiano, Fernando, Mário Reis, Frederico Rocha e Moreira da Silva. Com o falecimento de Sinhô, de quem, embora rival, Caninha também era amigo, acabou se afastando do meio musical. Em 1933, já por muitos considerado ultrapassado, compôs É Batucada, em parceria com Visconde de Bicuíba. Com este samba, venceu o Primeiro Concurso de Sambas e Marchas instituído pela Prefeitura do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, que também lhe agraciou com o Diploma de Sambista, visto que concorrera com outros 63 compositores importantes do período. No inicío dos anos 40, chegou a se casar com Edméia Franco, no entanto não teve filhos. Funcionário Público, José Luiz de Morais se aposentou em 1945. Em 1954, participou do Festival da Velha Guarda organizado por Almirante, de que também fizeram parte Pixinguinha, Donga, João da Bahiana, Alfredinho Flautim e outros.

Faleceu aos 78 anos incompletos em sua casa em Olaria, subúrbio do Rio, embora, anos antes, a Prefeitura do Distrito Federal, supondo sua morte, já houvesse colocado seu nome, a título de homenagem, junto aos de outros compositores desaparecidos como Noel Rosa e Sinhô.

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